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Por que ser professora do Jovem de Expressão mudou a minha vida?

Em meados de 2006, tive o primeiro contato com o trabalho voluntário. Convidei um amigo para irmos ao “Dia de Sonho” na ONG Sonhar Acordado, que faz um lindo trabalho com crianças aqui na capital. Foram momentos lindos. Abraços, beijos, apoio, brincadeiras e um verdadeiro dia de sonho para mim e acredito que para eles, tenha sido extraordinariamente melhor. Era perceptível o amor que emanava daquelas crianças que estavam ali apenas para serem: crianças. Quantas vezes as diversas circunstâncias de uma sociedade cruel não havia tirado isso delas?

O ano é 2016. Dez anos depois. Após cerca de seis anos morando em Goiânia, trabalhando sob o friozinho do ar condicionado e com todas as facilidades e acessos possíveis que proporcionaram um rápido crescimento na área de marketing e comunicação. Ah, sim, esqueci-me de contar. Minha formação acadêmica é em Relações Públicas e também comecei uma famigerada pós-graduação em Marketing. Mas, eu precisava de algo diferente para dar um sentido à existência – precisava de gás. Da fagulha que acenderia e que me manteria viva.

Voltemos a 2016, pois é. O Jovem de Expressão surgiu na minha vida somente dez anos depois. Ou apenas dois anos após a partida do meu amado pai; tal inspirador me falava sempre da importância de termos uma missão. Um motivo para acordar todos os dias. “Por que você não vira professora?” E não é que virei, pai? Desde 2016 posso dizer com muito orgulho: “Sou professora voluntária do Jovem de Expressão.” E mais: que o JEX chegou na minha vida em um dos momentos mais delicados que eu enfrentei.

É mais ou menos aquela hora que você pensa que não dá mais, que está cansado, que decide se entregar ao stress, ao começo de uma depressão. O momento exato que lhe é estendida uma mão e você escolhe: segura ou solta? Eu segurei. Peguei na mão de Rayane, de Rodrigo e fui me apoiando nos estímulos emitidos pelos meus queridos alunos do pré-vestibular. Tive a oportunidade inestimável de ministrar a aula da minha vida no Jovem de Expressão. No dia, a voz estava meio trêmula, as pernas pareciam fraquejar. Mas, olhando para trás, vejo com muito carinho aquele momento auge. Se eu cresci? Imagina! Eu saltei.

Em outubro de 2016 eu completarei dois anos como professora do pré-vestibular e ENEM do JEX. Tem noção de quantas histórias eu vivi em dois anos ou quatro semestres? Muitos alunos lindos, dedicados, inteligentes, brilhantes. Com histórias de vida diversas: de estudante que não consegue pagar a passagem para ir ao cursinho, de gente que passa por problemas em casa que a gente nem pode imaginar, de pessoas que já andaram uns 10km a pé para o cursinho, de meninas que iam embora para casa às 23h para Águas Lindas. Histórias como essas me tocam demais. E, além disso, permitem reconhecer a minha condição de pessoa que foi privilegiada em diversas áreas da vida. Como tal, devo entender as diferenças e mais ainda: assegurar que as chances são as mesmas para todos os jovens e adolescentes, como muito se fala por aí.

É fácil e falacioso dizer que as oportunidades são iguais para todos. Não são. Vejo isso todos os dias que entro na sala de aula. E o meu papel não é dizer a eles que são iguais. Como professora, é preciso estabelecer a educação como prática da liberdade, como uma verdadeira emancipação do indivíduo. Mais especificamente, como professora de redação, ensinar os meus estudantes a dominar os diversos gêneros textuais para empoderá-los por meio da escrita. É possível? Sim! Meus alunos são diferentes (graças a Deus) e merecem que as suas peculiaridades sejam honestamente respeitadas. Afinal, de igual, já basta o que a mídia e a sociedade cruel impõe como verdadeiro e belo, o que não é, definitivamente, o nosso objetivo ressaltar. Além disso, que devem sim, ter garra e força para perseguir seus objetivos que trazem e fazem a diferença tanto nos locais que vivem, quanto no mundo. Eles transformam o mundo e transformam a mim todos os dias que entro em sala.

Meus alunos me proporcionam o saber incondicional. Cada aula que eu dou, é preparada com carinho para não fazer feio na hora. Meus alunos me inspiram. Gente tendo que pegar ônibus e se esforçando para estar comigo trocando ideias e informações. Meus alunos me dão confiança e a chance de estar realizando um sonho. Um sonho novo que estou com a possibilidade de vivenciá-lo quase ao finalzinho do curso de licenciatura. Não existe lugar melhor para começar a lecionar do que no cursinho do Jovem.

E voltemos à fagulha e à novidade de vida: a gente precisa achar o que faz a vida fazer sentido. Eu achei. E você?

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