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O grande barato da profissão-professor é o de aprender todo dia. Esquece a vida maçante do escritório na qual você vai ter basicamente as mesmas funções diariamente e deixa eu te contar que na vida de mestre a gente aprende uma coisa nova todo dia.
A sala de aula é um bombardeio: de energias, de ideias, de humores de ansiedades. Portanto, o aprendizado também ocorre em escalas absurdas. As trocas energéticas e intelectuais são desafiadoras e proporcionam um friozinho na barriga indescritível toda vez que dezenas de olhares estão sedentos por aprender um pouco mais.
O que é uma sala de aula sem estudantes? Absolutamente nada. Vazia, sem graça, sem trocas de saber. Por isso que é legal quando todo mundo vem e faz aquele esforço para alegrar o dia dos professores e colegas com a presença. Quando eu fazia aniversário, por exemplo, nem ligava muito pro presente. Curtia muito mais as pessoas fazendo bagunça na mesa de doces ou arrasando na pista de dança. Qualquer lugar que depende de GENTE pra sobreviver precisa da GENTE pra somar. Aprendi que não há nada mais precioso que a troca. Seja de olhares, seja de conhecimento, seja de energia.
Certa vez eu ouvi de uma professora há muito tempo: “Dani, durante o descanso, professor carrega pedra.” – nunca entendi. Até que um dia, após estar exausta de tanto corrigir redações, decidi ver um filme porque pensei: “Cara, meus alunos vão amar um comentário sobre Escritores da Liberdade.” Tudo é por vocês; e não é carregar pedra. É, talvez, dividir conhecimento. Permito-me discordar da tia Anna de anos atrás. Aprendi que é sempre bom renovar o aprendizado para trazer novidade para a sala de aula. (sem esquecer-se de cuidar de si mesmo, claro.. Lembra da história da máscara de oxigênio? “Antes de salvar os outros, salve a si mesmo?” Pois é.
Conheci gente muito determinada aqui por essas bandas. É preciso acreditar na possibilidade de transformar realidades; sejam elas sociais, sejam elas econômicas, sejam elas familiares. Ao conhecer pessoas que vivem situações semelhantes ou mesmo ao perceber que o mundo é um emaranhado de possibilidades, a gente se permite lutar um pouco mais para mudar os lugares que a gente vive. Eu vejo isso em vocês: o poder nas mãos e nos pés para mudar o mundo. Aprendo a ser mais forte com histórias de vida e superação poderosas. Que me surpreendem, que me inspiram, que me movem.
Eu amo ser recebida no Jovem de Expressão. Sempre tem abraço, carinho, beijo e aconchego. Tem dias que a gente só precisa disso para energizar. Ser carregado pelo toque humano que proporciona uma troca energética ímpar. Aqui tem abraço de todo mundo: de alunos, dos coordenadores, dos professores. Há uma profusão de carinhos sinceros, reais, verdadeiros e possíveis. Aprendo que um abraço nos torna sempre iguais (em mente, em corpo e até em espírito).
Dividir é multiplicar. E quando rola aquela vaquinha para o lanche coletivo depois das aulas ou de algum evento e a sala se enche de bolo, pão de queijo ou pão com mortadela, eu acredito nesse poder de aumentar as possibilidades para todos. Isso é bonito, sabe? Ver todo mundo alegre, compartilhando e sorrindo nesses momentos de descontração fora da sala de aula (ou dentro dela). Além disso, eu vejo as caronas para quem mora mais longe, os materiais compartilhados e as inúmeras demonstrações de amizade pelos estudantes, professores e membros do Jovem de Expressão – aqui é um lugar para se fazer amigos <3. Aprendi que é possível e ideal mantermos relações de amizade e afetivas apenas por saber que nós precisamos sim uns dos outros. Em igualdade, desarmados e cheios de diferenças para serem compartilhadas.
Eu aprendo todos os dias. Seja ao entrar em sala de aula, seja ao observar alguns comportamentos, seja me preparando para dar aula, seja com as conversas depois da aula ou durante dela. Vocês me fazem correr demais os riscos da highway da vida. Da infinita highway do inesgotável conhecimento.
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